Projeto Garotas 4.0 conquista pódio em feira internacional de ciência no Paraguai
Com um projeto inovador voltado para levar água de melhor qualidade à comunidade do Bairro da Paz, em Salvador, duas jovens do Colégio Estadual Mestre Paulo dos Anjos, que integram o Programa Garotas 4.0, da Universidade SENAI CIMATEC, conquistaram o 3º lugar na Feira Sudamericana de Ciências y Tecnologias, realizada em Assunção, no Paraguai, entre os dias 2 e 6 de setembro.
As jovens Ana Beatriz Mascarenhas Cerqueira e Mayara Santana dos Santos, sob orientação da professora Marinilda Lima e coorientação do estudante de Engenharia de Produção da Universidade, João Oliveira, desenvolveram o Purify, um filtro ecológico de baixo custo para tratamento de água, feito à base do carvão ativado proveniente da casca de coco Bahia. A pesquisa tem como objetivo melhorar a qualidade da água consumida pela comunidade, por meio de uma solução sustentável, acessível e de impacto social direto.
A iniciativa é fruto do Programa Garotas 4.0, projeto do Núcleo de Extensão Comunitária da Universidade SENAI CIMATEC que já impactou diretamente cerca de 400 meninas, promovendo o aprendizado em STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), habilidades socioemocionais e rodas de conversa inspiradoras.
“O sentimento com uma premiação dessa é acreditar na educação como transformação social. Essas meninas se tornam protagonistas das próprias histórias, mostrando que fazer ciência é transformar sonhos em realidade e gerar impacto social”, destaca Marinilda Lima, idealizadora e coordenadora do Garotas 4.0.
Para João Oliveira, que é monitor do programa há dois anos, a conquista também reforça a relevância internacional da pesquisa. “Esse projeto mostra que a ciência feita aqui, voltada para comunidades locais, também tem impacto global. O problema da água não é só de Salvador, é do mundo. Participar dessa feira nos deu a dimensão de que a nossa pesquisa pode contribuir muito além das fronteiras brasileiras”, ressaltou o estudante do 4º semestre.
Além do Brasil, a Feira reuniu estudantes da Argentina, Bolívia, Colômbia, Equador, México, Paraguai e Peru. O 1º lugar ficou com representantes do México, e o 2º lugar com pesquisadores do Equador. Com o resultado, a equipe do Programa Garotas4.0 conquistou também a credencial para participar do mundial de ciência no Equador.
Mais do que uma conquista acadêmica, o prêmio simboliza a potência transformadora da educação e da pesquisa científica para meninas da periferia. Como resume a professora Marinilda, “fazer ciência é encantamento, criatividade e realização de sonhos. E quando essas meninas acreditam no seu poder de transformar realidades, toda a comunidade ganha”.
